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Estudo produzido e divulgado pela USP (Universidade de São Paulo), este ano, mostra a defasagem na distribuição e oferta de vagas de residência médica no
país. A pesquisa intitulada “Panorama da Residência Médica: Oferta, Evolução e Distribuição de Vagas” aponta a desigualdade no território nacional, com relação à quantidade de médicos residentes e a oferta de programas com esse fim. A maior concentração, 49,5%, é na região sudeste.
Com uma população de 3,9 milhões de pessoas, o Amazonas tem apenas 10,23 médicos residentes para cada 100 mil habitantes, média abaixo de cidades do Sul e Sudeste. Para ajudar a mudar esse cenário, a Afya Faculdade de Ciências Médicas de Manacapuru deu início à oferta, no município, de residência em Medicina de Família e Comunidade. É a primeira residência médica oferecida por instituição privada no interior do estado. E o tema, de enorme relevância na atualidade, nunca foi oferecido no interior do Amazonas, nem mesmo por instituições públicas.
A realidade do Amazonas não é muito diferente dos demais estados do Norte. Segundo o estudo da USP, enquanto no sudeste são 29,24 médicos residentes por cada 100 mil habitantes, no norte são apenas 9,61 profissionais. Na região sul são 25,56 residentes por 100 mil habitantes, centro-oeste 21,69 e nordeste 14,63.
Quando são analisados os dados por estado a diferença é ainda mais evidente. O Amazonas conta com 63 programas de residência médica e uma média de 10,23 profissionais por cada 100 mil habitantes. Na região sul e sudeste todos os estados têm número superior. São Paulo, por exemplo, tem 1.340 programas e 32,47 residentes por 100 mil habitantes e o Rio Grande do Sul tem 29,41.
“Dadas as proporções e diferenças regionais é perceptível que há uma disparidade enorme, que precisa ser trabalhada em diversas esferas, com oferta de novos
programas, reduzindo a discrepância entre vagas de graduação e médicos formados todos os anos, e o número de vagas de residência”, destaca a diretora da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Manacapuru, Karen Ribeiro.
Karen Ribeiro explica que a residência é uma etapa da formação do médico, após a graduação. “É quando ele se especializa em determinada área da Medicina”, disse.
Atenção Básica
A residência médica oferecida pela Afya Manacapuru inicia em 2025. A instituição recebeu autorização da CNRM (Comissão Nacional de Residência Médica) e o processo seletivo dos candidatos está em andamento. Marca um avanço significativo para a formação de especialistas na região.
Medicina da Família e Comunidade é uma das especialidades mais relevantes da atualidade, em função do aumento das doenças crônicas. O médico da família é o profissional que atua na atenção básica, no primeiro contato do paciente com o sistema de saúde. Sua função é de prevenção, diagnóstico e promoção da saúde.
Fonte: Jornal do Commercio